sábado, 14 de novembro de 2015

Poema Vago



vago pela casa
feito um cego
em noite escura


não há luzes
no entanto guardo
em mim o mapa
do lugar em que vivo


não toco em nada
não existem obstáculos
em meu caminho
e é justamente isso
que faz crescer
a sensação de abandono
e um vazio intransponível


tem horas que até um tropeço
é capaz de nos resgatar da solidão


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Atemporal


Tem uma chuvinha mansa lá fora
e as pessoas passam apressadas.

Talvez tenham algum compromisso,
talvez simplesmente não queiram se molhar,
quem sabe estejam fugindo do frio
ou até delas mesmas.

Felizes, mesmo, estão os sabiás,
que cantam a pleno pulmão
uma melodia que é pura
reverência à chuva.


É, os pássaros não têm pressa.