quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Bandeira da Solidão

Bandeira tomava leite,
Eu tomo uísque.

Bandeira achava que iria morrer,
Eu tenho certeza.

Meu tormento e o de Bandeira
São até parecidos: morte.

Será que a consciência da morte
Nos leva a não viver?
Não creio.
Vivo mais do que posso,
Sinto mais do que deveria.
Ando pelas ruas amando, andando
Muito mais do que poderia.

Mas este poema não merece rima,
Tampouco merece coisa alguma.
Este poema é desabafo,
É vida não vivida,
É tormenta com sol a pino,
É puro desespero,
É, talvez, redenção.

Este poema poderia ser sem fim,
Mas se sem fim fosse
Não seria solidão.


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