quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Ninar

Teus mistérios
tornam a noite inquieta.

Poetas murmuram poemas,
profetas tentam te adivinhar,
mas és a imprevisível mulher
e teu verbo é ninar.

Ninas de corpo e alma
a inquietude que mora
em tua serenidade.

Ninas os olhos que te veem
de forma a torná-los agitados,
ávidos pelos teus.

Ninas a boca que te quer
com tua saliva que é quase
o mar em alta maré.

Ninas o homem prometido
no íntimo do teu corpo
onde a loucura habita.

Ninas e depois foges pelas ruas
tão nuas quanto puras,
tão nuas quanto escuras,
tão nuas quanto tuas.

De repente a luz se faz,
a noite adormece,
e agora, quem nina e me aquece?

Teus mistérios
tornam a noite inquieta,
os dias radiantes,
minha alma alerta,
aberta e receptiva
ao teu eterno ninar.

Então ninas a ti mesma,
teu plural é singular,
és o mais puro amor
és o mais puro amar.


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