quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Identidade

Sou um poeta
cansado e cansativo,
acordado, adormecido,
mas sou um poeta.

Sou aquele sem medida,
sem freio, sem paciência,
aquele que quer agora
na mais pura indecência.

Sou aquele abandonado,
que no abandono se refresca,
o que se banha no seco
e mergulha numa fresta.

Sou aquele que partiu
antes do adeus,
porque não há morte maior
do que não me ver nos olhos teus.

Sou aquele que segue
nas ruas vazias e frias,
estou nas esquinas,
estou em todas as vias.

Sou aquele que encontras
e finges não ver,
sou o retrato de mim mesmo,
o espelho do meu viver.

Sou um poeta
triste e tristonho,
que se nega ao possível
e o impossível te proponho.

Sou aquele que caiu do teu peito
feito uma folha morta
que voa ao sabor do vento
e não mais te importa.

Sou aquele que sangra a saudade,
sou aquele que ama tua liberdade,
sou aquele amor bendito,
antes eterno, agora finito.

Sou apenas um poeta,
nada mais que um poeta.



Um comentário:

  1. um poeta/menino que
    tantas vezes
    sorria para São Jorge,
    mas flertava com o dragão....rs

    ResponderExcluir